quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Ser visto, ser notado, ser tocado, ser...vivo

Historias dos asilos psiquiátricos


Em 1910, nas frias e cinzentas paredes de um asilo psiquiátrico na Alemanha, uma paciente chamada Katharina Detzel fez uma escolha silenciosa e desesperada. Isolada por anos, privada de contato humano e tratada como algo menos que gente, ela voltou-se para o único material que tinha à disposição — o feno de seu colchão — e com ele criou um homem de palha em tamanho real.

Não por amor, mas pela necessidade bruta de sentir a presença de algo ao seu lado.

Em um mundo que a havia esquecido, Katharina moldou um companheiro para lembrar a si mesma que ainda existia.
Para os funcionários do asilo, aquilo era mais uma prova de insanidade.

Mas para Katharina, era um ato de sobrevivência — uma centelha de humanidade em um lugar projetado para apagá-la.
Décadas depois, sua história e sua fotografia ressurgiriam, comoventes e perturbadoras.

Aquela figura de palha não era apenas uma criação, mas um símbolo de resistência — um testemunho da necessidade humana de conexão, mesmo no limite da dor.
Porque, mesmo nas sombras mais profundas do sofrimento, o desejo de ser visto, tocado e lembrado jamais desaparece.


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