quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Bagunça, desarrumação...e sua relação com nossa saúde mental



Nosso entorno influencia nosso comportamento e estado mental e...também, as vezes o reflete!

Um ambiente desorganizado, bagunçado, além de causar confusão para pessoa que neste se encontra pode também causar efeitos negativos a saúde física e mental. Se esta for uma situação que se prolonga no tempo e se repete na vida do individuo, temos aspectos como procrastinação, desanimo, tristeza, culpa, raiva, insegurança...que não vão ajudar na organizacao...de forma geral, na vida do individuo.

Tal temática é comum no consultório de psicologia. Vemos como o meio externo, o quarto, a sala, a mesa de escritório, a casa do cliente refletem um conflito, caos, confusão, instabilidade, desorganização interna.

Tal precisa ser trabalhado em psicoterapia e verificado, em cada caso, quais os limites e possibilidades de casa cliente e/ou sistema familiar. Mas precisa ser visto pois é um sintoma de que algo nao esta sendo movimentado, algo esta parado e prejudicado.

Como diz o ditado "agua parada, apodrece".

Diversos veículos da mídia tem falado sobre esta temática e tem surgido no mercado profissionais, além dos de psicologia, buscando auxiliar os clientes nesta tarefa, como os Acompanhantes Terapêuticos, Terapeutas Ocupacionais, Personal Organizer, entre outros.

Abordaremos  aqui alguns dos textos disponíveis na mídia sobre a temática.



De acordo com a psicoterapeuta Myriam Durante, toda bagunça é resultado de uma procrastinação que, em geral, se deve a alguma insatisfação. Se as pessoas não estão felizes, elas ficam empurrando tudo com a barriga — afirma a especialista em comportamento humano. Para as crianças, organização é fundamental para o aprendizado. Estudar em ambientes desarrumados dificulta a concentração em uma só tarefa, o que atrapalha a consolidação de informações no cérebro. Os pequenos pegam o exemplo dos pais. Não adianta dizer a eles para manter o quarto impecável se o resto da casa está bagunçado — diz Myriam Durante, Via Extra (2016) - Desorganização atrapalha funcionamento do cérebro e provoca estresse




“Muitas pessoas são até capazes de conviver com ambientes bagunçados sem que isso interfira no trabalho, no bem-estar, nos relacionamentos ou na saúde. Mas quando a desordem passa a atingir negativamente esses aspectos da vida, é hora de mudar” (..)"para saber o limite entre ser bagunceiro e um problema mais sério é primeiro a quantidade de objetos acumulados e, segundo, o estado emocional da pessoa"(..) “Bagunceira é a pessoa desorganizada, dona de objetos amontoados e sem local apropriado – mas que acaba se encontrando assim, nessa personalidade. Os acumuladores, no entanto, são acompanhados de muita tristeza, são indivíduos que não conseguem lidar com algum tipo de perda e estão buscando preencher um vazio” (..) “Procurar um psicólogo é importante para identificar o que está acontecendo, encontrar soluções e lidar com elas. Remédios contra ansiedade ou depressão podem ajudar, mas não resolvem: é preciso analisar profundamente cada caso” segundo Leiliane Tamashiro, neuropsicóloga e pesquisadora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (SP).




Em recente artigo da Revista VEJA (2023) - Relação entre bagunça e depressão é mais relevante do que se imaginava – temos as seguintes colocações:

Não é preciso ser obcecado por arrumação para sentir uma certa aflição ao olhar para os detalhes da foto acima. A imagem do quarto bagunçado provoca angústia e desânimo. A sensação é exatamente a oposta, quando os olhos descansam sobre o retrato ao lado, à direita. A tranquilidade se instala ao enxergar um cômodo limpo, organizado, convidando para o descanso e a serenidade. O estado de arrumação dos ambientes, diz a ciência há algum tempo, é um fator determinante para o que sentimos. Bagunça transmite insegurança e ansiedade. Organização, proteção e paz.

Esses achados até poderiam estar na categoria de constatações científicas curiosas, mas sem maiores implicações. Assim eram considerados, de fato, até que estudiosos de doenças psiquiátricas como a depressão começaram a notar que a relação entre a condição dos espaços e o humor dos pacientes é muito mais relevante do que se imaginava. Ela é ao mesmo tempo uma das causas e reflexos da desorganização e angústia que atormentam os indivíduos. No caso da depressão, trata-se de um processo de retroalimentação: a apatia que caracteriza a enfermidade mina a disposição para manter tudo limpo e no lugar certo, enquanto o resultado disso, o cenário caótico que se instala, dificulta a resposta e agrava a prostração. E assim o ciclo se cristaliza, mantendo o paciente em uma engrenagem da qual não consegue escapar.

A compreensão desse mecanismo está adicionando ao tratamento da doença outro caminho terapêutico além da clássica combinação medicamentos e terapia. Seu foco é auxiliar o indivíduo a quebrar a roda perniciosa agindo de fora para dentro. Ou seja, oferecendo ao paciente métodos de arrumação que lhe permitam mexer no ambiente externo de forma a levar um pouco de ordem e paz ao interno.

A demanda surpreende. Nas redes sociais, a procura por orientações explodiu e a expressão “depression room” (sala da depressão, em tradução livre), que remete a ao tema, é uma das mais buscadas. Muitas das respostas são encontradas nas páginas digitais de pacientes que desenvolveram seus métodos de arrumação ou de terapeutas como a americana KC Davis, que travou sua própria batalha contra a depressão depois do nascimento de seu segundo filho. Embora se considere uma pessoa organizada, tentativas de manter a casa arrumada caíram abaixo com a chegada do bebê e da pandemia de Covid, em 2020, que obrigou a família a viver no mesmo espaço meses a fio. “Os pratos ficavam na pia por dias, a pilha de roupas atingia alturas impressionantes e muitas vezes não havia um caminho para andar”, descreve a especialista no livro How to Keep House While Drowning (“Como manter a casa enquanto se afoga”). A técnica da americana parte da premissa de que todo plano de organização deve ser feito segundo as prioridades e o ritmo de cada um. Caso contrário, o fracasso é certo. Ela recomenda ainda que a meta deve ser chegar a um espaço habitável e não perfeito.

A ciência ainda não mediu o impacto que a arrumação física tem sobre o rearranjo mental. Empiricamente, intui-se que deve ser relevante e positiva. “O ser humano responde com prazer depois de tomar um banho e repousar num cômodo organizado”, afirma o psiquiatra Alaor Carlos de Oliveira Neto, do Hospital Alemão Oswal­do Cruz. “Um ambiente caótico desmotiva e não deixa que a gente viva na nossa melhor forma”, completa. A harmonia dos espaços, portanto, é o bálsamo de onde se pode tirar ao menos parte da serenidade da mente.





quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Habilidades Socioemocionais

 "Atualmente está em voga nas instituições de ensino o debate sobre a importância do desenvolvimento das habilidades socioemocionais, assim como a adequada expressão e externalização emocional em crianças e adolescentes. 

Dentre os benefícios das competências socioemocionais, podemos destacar a promoção da saúde mental e a melhor adaptação ao meio sociocultural.  

É muito importante o reconhecimento e diferenciação da dor, sofrimento, emoções e sentimentos para o melhor desenvolvimento de estratégias para lidar com situações tanto cotidianas como àquelas mais difíceis e delicadas. 

Na psicologia transpessoal, falamos, por exemplo, de quatro emoções básicas: Raiva, Medo, Tristeza e Alegria. 

Destas, duas são ativas: Raiva e Alegria. Duas são passivas: Medo e Tristeza. 

Todos nós as temos, manifestamos e somos afetados por estas emoções. Em algum momento, estas se farão presentes em nossa vida, em maior ou menor intensidade. 

Por vezes, a intensidade e forma de expressão são consideradas inadequadas e até mesmo perigosas. 

Certas emoções nos afetam e tomam o nosso corpo, nos fazendo agir impulsiva ou inconsequentemente. 

Não raro, não conseguimos descrever o ocorrido, vivenciando um misto de culpa, descontentamento e sensação de estarmos perdidos (as). 

Mal entendidos, desentendimentos e conflitos surgem disto. 

Ou situações mais graves, onde o descontrole emocional pode causar consequências sérias pessoais e envolver pessoas próximas. 

Quando somos estimulados a pensar no que aconteceu, como aconteceu e quais os efeitos disto a curto e longo prazo começamos a perceber, reconhecer e administrar melhor estas manifestações em nós mesmos e em nosso entorno. 

Observação, nomeação, externalização e percepção interna são muito estimuladas no trabalho psicoterapêutico. 

Sabemos que se nosso (a) cliente consegue se autoperceber, falar sobre, refletir e externalizar suas emoções e sentimentos começa a ter maior percepção corporal, consequência, consciência e auto responsabilização. 

É uma forma de lidar melhor com os limites que o dia a dia nos impõe, com as frustrações advindas do meio externo, dos relacionamentos e vínculos que mantemos e da dor trazida por algumas situações para as quais ainda somos incapazes e imaturos. 

Saber perceber as emoções, conhecer seus caminhos em nosso corpo e ser, nomeá-las e vivenciá-las conscientemente nos traz inteligência emocional e maturidade interpessoal. 

É um percurso colorido, por vezes dolorido, de autoconhecimento e autodesenvolvimento – para melhor lidar comigo e com o todo que me envolve, complementa, sustenta e intercambia."


Coluna escrita por René Schubert ao Jornal Zen, Ano 15, N°174, Campinas/SP, Agosto 2019

Indicação de filme para aprofundar esta temática: Divertida Mente (2015) animação com direção e roteiro de Pete Docter - Pixar e Disney



Podcast sobre a temática para Radio Sistêmica - https://open.spotify.com/episode/5N2Offpxw9O1LdGUsVaDVQ

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

7 atividades que auxiliam a saúde do cérebro

 


Buscar maneiras de melhorar a saúde do cérebro é uma tendência que não para de crescer. Principalmente após o início da pandemia de Covid-19, muitas pessoas começaram a dar mais valor para temas psicológicos, neurológicos e tudo que envolva o bem-estar mental. O confinamento imposto pelo coronavírus e todos os aspectos negativos que estão atrelados ao problema, de certa forma, evidenciaram algumas outras questões.

 

"Somos constantemente bombardeados com informações, atualizações, demandas ativas e passivas, que podem gerar um enorme amontoado de estresse, ansiedade, insônia e síndrome de burnout. Tirar uma pausa de alguns dias pode auxiliar na produtividade, velocidade de processamento cerebral e saúde cerebral de forma geral, criatividade, satisfação profissional e pessoal", explica o Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA).

 

Dessa maneira, o especialista separou sete atividades simples que podem evitar e combater possíveis problemas relacionados à saúde do cérebro. Confira:

 

1 - Praticar exercícios - "Mesmo durante as férias, vale a pena praticar algum tipo de atividade física. Os exercícios regulares podem auxiliar na redução do estresse, manutenção do peso durante um período de maior tendência a consumir alimentos calóricos e bebidas alcoólicas, além de ajudar no sono", diz o neurologista.

 

2 - Ouvir música - "Esse é um hábito que traz comprovadamente benefícios para o cérebro, mas, obviamente, depende do estilo musical escolhido e como ele é usado. Músicas podem ativar diversas áreas do cérebro em concomitância, auxiliando no aprendizado, foco, mas podem também prejudicar um aprendizado se forem músicas com letras que tomem a atenção do paciente. Acaba sendo algo pessoal, e cada paciente vai encontrar sua playlist dedicada ao momento", diz.

 

3 - Dormir - "Durante as férias temos maior liberdade para dormir até mais tarde, algo que por si só já pode compensar as horas necessárias para dormir. Mas, também podemos organizar um horário preferencial para dormir, sem estresse ou anseios, que pode ser mantido por muito tempo após o término das férias. Devemos aproveitar as férias para ajustar nosso relógio interno", diz o médico.

 

4 - Desenvolver novas habilidades manuais - "Pode ser muito bom para alguns pacientes desenvolver atividades manuais, justamente por serem um tipo de terapia em diversos contextos", conta o Dr. Batistella. Nesse caso, vai de acordo com o gosto de cada pessoa. Você pode desenhar, fazer artesanato ou aprender um novo jogo. As possibilidades são enormes.

 

5 - Ter contato com a natureza - Segundo o neurologista, entrar em contato com a natureza provoca, comprovadamente, estímulos benéficos ao cérebro. Tanto que é uma forma terapêutica para pacientes psiquiátricos e com distúrbios neurológicos do espectro autista.

 

6 - Visitar pessoas queridas - Fortalecer o ambiente social pode ser uma atividade fantástica para a saúde cerebral. Mas, é preciso ter cuidado. "Ficar em ambientes sociais ruins ou com desavenças acabaria sendo prejudicial", diz.

 

7 - Não fazer nada - Reservar um tempo para ficar, literalmente, sem fazer nada também pode ser uma boa alternativa para melhorar a saúde do cérebro. "Pode ser muito benéfico tirar um tempo para si. Cabe aqui também incentivar a atividade de meditação, assim como o mindfulness, hoje tão em alta", finaliza o Dr. Batistella.



Fonte: Publicado em 24.02.2022 - Saúde do cérebro também depende dos seus hábitos,  pela plataforma Terra - https://www.terra.com.br/

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Qual a diferença: Psicoterapia, Psicanálise e Psiquiatria?




Até algumas décadas atrás, a saúde mental era vista com preconceito por boa parte da sociedade. No entanto, esse estigma tem mudado, como explica Wimer Bottura, médico psiquiatra, psicoterapeuta e presidente do comitê de adolescência da Associação Paulista de Medicina: "Ainda existe preconceito, mas ele vem diminuindo progressivamente, à medida que a sociedade se torna melhor informada, com mais cultura e com uma preocupação maior com a saúde". 

Essa preocupação com a saúde inclui a saúde mental. Bottura afirma que, assim como a sociedade, as psicoterapias também evoluíram. "Elas saíram de um conceito de doença mental, como se terapia fosse só para quem tem uma doença, para ser uma questão de autoconhecimento, autoaprimoramento, desenvolvimento pessoal e tratamento também", analisa. Segundo ele, nos últimos 50 anos, a área da saúde que mais evoluiu foi a psicologia

"Na maioria das vezes, qualquer um de nós consegue perceber que está precisando de ajuda profissional quanto à sua saúde mental e emocional: quando o indivíduo sente que não está dando conta de suas próprias questões, as suas emoções o paralisam ou sintomas psicológicos passam a comprometer sua vida no aspecto familiar, social, no trabalho etc., é sinal de que alguma intervenção se faz necessária", explica Everton Fabrício Calado, doutor em psicologia clínica e psicólogo da UFAL (Universidade Federal de Alagoas)

Ele alerta, porém, que há casos em que a própria pessoa não reconhece essa necessidade e o maior entrave ainda é o preconceito social (psicofobia), o receio de estar sendo julgado, e, não raro, até a desinformação de onde buscar esse apoio, seja na rede pública, seja na privada. Mas até quem quer cuidar da mente e busca ajuda profissional pode ficar em dúvida de quem procurar e o que fazer. Por isso, conversamos com especialistas para entender melhor o que faz cada profissional, o tipo de terapia e quando procurar cada uma delas.

Psicoterapia

Popularmente chamada de terapia, é o tratamento que utiliza dos conceitos da psicologia para tratar questões emocionais por meio da escuta e conversa. Ela pode ser realizada tanto por psicólogos quanto por psiquiatras. "Práticas psicoterápicas têm uma tendência a estabelecer uma relação entre o eu do terapeuta e o eu do paciente como o ponto central para a conquista de objetivos, mudanças de padrões comportamentais, promoção do autocuidado ou tomada de consciência sobre determinados aspectos das relações humanas", explica Tiago Ravanello, psicólogo, psicanalista, pós-doutor em psicologia clínica, mestre e doutor em teoria psicanalítica e professor da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul).

Entre as psicoterapias existem várias abordagens que seguem linhas distintas de tratamento, mas todas calcadas em teorias da psicologia, como a cognitivo-comportamental, comportamental, terapia de esquemas, Gestalt, terapia humanista e existencial.

Segundo Ravanello, essas abordagens se estabelecem por seus métodos, sendo rigorosamente avaliadas em sua eficácia por meio de publicações científicas e há um divisor de águas entre essas psicoterapias e aquelas que ficam à margem da avaliação científica, como as diferentes vertentes do coaching, constelações familiares, hipnoterapias diversas, biodecodificação, entre outras. "No primeiro caso, uma formação consistente e metódica leva ao exercício ético e cientificamente validado de formas de transformação subjetiva e cuidado ao sofrimento humano. No segundo, temos costumeiramente práticas baseadas nos mitos de fundadores ou na propaganda de supostos casos de sucesso, mas que não se submeteram necessariamente à avaliação científica para que seja bem compreendido os limites éticos da prática e de sua eficácia", analisa.

Psicanálise 

Criada por Sigmund Freud, médico neurologista e psiquiatra austríaco, a psicanálise envolve técnicas e teorias que visam possibilitar desenvolvimento mental. "Para que haja desenvolvimento mental, precisamos nos aproximar de estruturas psíquicas, funcionamentos mentais que necessitam serem percebidos pelo próprio paciente, pois sem percepção não há desenvolvimento possível", esclarece Marta Foster, psicóloga, psicanalista e membro efetivo, docente, analista didata e secretária geral da SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo).

Foster diz que o psicanalista entende que o conhecimento de si mesmo é o agente libertador de áreas primitivas que atuam no nosso psiquismo sem que delas tenhamos conhecimento. "Faz parte da psicanálise a teoria do inconsciente, ou seja, que nossa consciência tem acesso limitado ao que somos e ao que fazemos".

Ela explica que dentro da metodologia, que se baseia na relação entre analista e paciente, desenvolve-se um campo de observação que torna possível a investigação de fenômenos mentais, que ao serem percebidos, vivenciados em sala de análise, cria a possibilidade de que o paciente venha a ter o que de fato interessa: uma melhor qualidade de vida, com toda a complexidade que envolve esse termo.

Psicoterapia x psicanálise

Foster acredita que é mais fácil o paciente buscar inicialmente uma psicoterapia do que uma psicanálise. "Como fazemos na medicina, começamos com um anti-inflamatório e, se não funciona, buscamos um antibiótico. Porque a necessidade exige! Então, é a demanda do paciente, o que ele quer para si, que será o determinante para sua escolha. A psicanálise exige mergulhos para que o paciente conheça o que tem dentro de si, na psicoterapia podemos ficar com a superfície e tirarmos algum proveito dela", analisa.

Há um elemento psicoterápico na clínica psicanalítica chamado "transferência", ou seja, um canal de comunicação através do qual o analisando projeta em seu analista elementos de seu próprio consciente. De acordo com Ravanello, isso leva a um sentimento de melhora ou intensificação dos sintomas nos atendimentos iniciais. Mas a questão é que uma análise bem conduzida não se resume a isso.

"O analista é aquele que renuncia a ocupar o lugar que lhe é dado pelo analisando e utiliza dessa relação transferencial como um motor para que a análise aconteça. Ou seja, a psicoterapia acaba sendo um obstáculo comum para que uma análise de fato ocorra", ressalta.

Para que o analisando se defronte com a estrutura discursiva de seu inconsciente, explica o professor da UFMS, se faz necessário que o analista não se perca na tentação de oferecer seu eu ou alguma forma de "normalidade" como um modelo a ser seguido. "Assim, uma análise leva o sujeito a um enfrentamento trágico de si mesmo, com alto poder de transformação de si e do entorno que o cerca", diz.

Psiquiatria

Especialidade médica que trata dos transtornos da mente. Ela se diferencia da psicologia por estudar os problemas mentais que necessitam de um tratamento psicofarmacológico (os psicotrópicos). Geralmente o tratamento com medicamentos é associado à psicoterapia. Alguns dos transtornos tratados pela psiquiatria são: ansiedade, depressão, transtorno obsessivo compulsivo, bipolaridade, síndrome do pânico, esquizofrenia, entre outros.

Qual procurar: psicoterapeuta ou psiquiatra? A psicoterapia costuma ser a porta de entrada para o paciente, que não precisa estar com um problema específico para frequentá-la. ELa pode funcionar como uma ferramenta de autoconhecimento e ajudar a pessoa a lidar com suas questões. Dependendo do seu problema ou de sintomas que esse paciente esteja sentindo, o psicólogo ou psicanalista pode encaminhar para o tratamento psiquiátrico.

Mas o contrário também pode ocorrer. Se a pessoa sofre com ansiedade, por exemplo, e começa a fazer um tratamento medicamentoso com um psiquiatra, este pode sugerir que o paciente também faça um acompanhamento com um psicólogo, para tratar o "iceberg" que pode estar por trás das crises.

Formação do profissional é importante

Com o aumento da busca por mais qualidade de saúde física e mental diversas terapias têm surgido, sem respaldo científico ou formação profissional, o que acende o alerta dos profissionais de saúde mental. "Se por um lado a subjetividade não pode ser tratada como território exclusivo desse ou daquele profissional, o enorme e crescente mercado de terapias oferecido àqueles que buscam ajuda em razão de seu sofrimento psíquico pode ofertar muitos caminhos nocivos mediante terapeutas atendendo em toda a parte sem preparo e sem respaldo", analisa o professor da UFAL.

Ele complementa que quando o psicoterapeuta é um psicólogo ou médico há a vantagem para o paciente em saber que aquele profissional responde legalmente a um conselho de classe em caso de infração ética, por exemplo.

 





Fonte: Psicoterapia, psicanálise e psiquiatria: qual a diferença entre cada uma? Escrito por   Diego Garcia – 25.02.2022 – para Viver Bem UOL -  https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/02/25/psicoterapia-psicanalise-e-psiquiatria-quando-procurar-cada-uma.htm



quarta-feira, 14 de julho de 2021

Preocupação? pensamentos intrusivos? Conheça a técnica cognitiva que ajuda a não pensar demais

 


Estratégias de terapia metacognitiva podem ajudar a superar a ansiedade causada por preocupação excessiva e pensamentos recorrentes.

Por Jesús Moreno 

Ter um 'branco' na hora de fazer uma prova para a qual você vinha se preparando há seis meses, preocupar-se que a vacina pode dar uma reação grave adversa, lembrar-se de que sua mãe ainda não telefonou hoje (talvez tenha acontecido alguma coisa?), estressar-se que seu filho não come nada, que sua cabeça dói (seria um tumor?)...

As preocupações estão por toda parte em nossa vida, quase o tempo todo. As preocupações pequenas e as grandes, as razoáveis e as excessivas, as bem fundadas e as estapafúrdias... existem todos os tipos.

Elas se comportam como uma goteira irritante que cai ruidosamente em nossa mente, como se ela fosse um balde de metal que, no final das contas, pode transbordar com tantos pensamentos.

A boa notícia é que a maioria das nossas preocupações geralmente não se concretiza.

Cientistas da Pennsylvania State University (EUA) realizaram um estudo sobre as preocupações mais recorrentes de um grupo de pacientes e, com o passar do tempo, verificou se elas eram reais.

O resultado? 91% de suas noites sem dormir foram por motivos que nunca se materializaram. Eles sofreram em vão.

 

Cérebro e irrealidade

Mas ainda há os 9 pontos percentuais restantes.

"Todos nós podemos ter ansiedade, tristeza ou depressão em maior ou menor grau", explica à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) Juan Ramos Cejudo, professor de psicologia da Universidade Camilo José Cela (Madrid) e diretor do centro Mindlab.

Todos nós podemos sofrer com medo e ansiedade antecipados mesmo em casos que parecem pouco importantes, como ir a uma festa onde você não conhece ninguém, conversar com seu chefe ou falar em público. São situações normais em que não haveria necessidade de se preocupar demais.

Paradoxalmente, para preservar uma boa saúde mental, a primeira coisa é não confiar tanto em nosso cérebro.

"Se colocarmos em dúvida o que estamos vendo ou sentindo, teremos mais condições de obter bem-estar", diz Ramos Cejudo.

Ele explica: "Nem tudo o que o nosso cérebro nos diz é real. Percebemos a realidade através dos nossos sentidos e o nosso cérebro processa conclusões com muitos erros — ele está constantemente errado".

No entanto, é difícil ter esse discernimento, ainda mais nestes tempos turbulentos.

Estima-se que, antes da pandemia da Covid-19, 284 milhões de pessoas em todo o mundo sofriam de algum tipo de transtorno de ansiedade, com uma taxa de prevalência entre os países que varia entre 2% e 7% da população, de acordo com o Global Burden of Disease, um estudo envolvendo mais de 3 mil pesquisadores de 145 países e coordenado pela Universidade de Washington.

 

Esses dados foram completamente superados pela pandemia.

A revista científica Psychiatry Research publicou uma análise baseada em 55 estudos internacionais com mais de 190 mil pessoas que constatou que a prevalência de ansiedade é quatro vezes maior agora (15,5% da população contra 3,6% antes da pandemia, segundo a OMS).

O artigo destaca que o transtorno de estresse pós-traumático (16%) e a depressão (16%) também foram cinco e três vezes mais frequentes em relação ao normal.

 

O papel da metacognição

Estes dados não surpreendem o psicólogo Jesús Matos, professor do Instituto Superior de Estudos Psicológicos (ISEP) e diretor da clínica En Equilibrio Mental de Madrid (Espanha).

"O paciente com ansiedade generalizada é alguém que não começa a se preocupar de repente, mas é alguém que pensa assim durante toda a vida. Mas é uma pessoa que consegue funcionar bem, até que aconteça algo, um evento, que faz tudo desmoronar. E com a pandemia tivemos um grande evento desencadeador", explica ele em entrevista à BBC News Mundo.

O elemento-chave da terapia metacognitiva não é focar em um pensamento específico que nos desequilibra, mas a maneira como pensamos.

"Nos últimos anos, os psicólogos perceberam que não é tão importante o que as pessoas pensam, mas como elas pensam. Não é tão importante que eu ache que sou desajeitado ou que vou ter um ataque de ansiedade (cognição simples ou pensamento), mas sim o estilo de raciocínio que leva a essa reflexão", explica Ramos Cejudo, autor do livro Terapia Cognitiva junto com seu sócio José Martín Salguero Noguera.

"Uma metacognição é uma avaliação que fazemos sobre ter esses pensamentos", diz ele.

Ele dá alguns exemplos desse tipo de pensamento: "Posso me preocupar porque tenho uma prova, é uma cognição simples. Mas posso acabar me preocupando que sempre fico assim com qualquer prova, e que, se eu continuar me preocupando desse jeito, vou acabar ficando doente. Tudo isso são metacognições."

 

E qual é o problema dessas metacognições?

"[O problema é] que geralmente esse conteúdo desencadeia a resposta de ansiedade e a percepção de falta de controle a longo prazo. Sei o quanto me preocupo muito, mas também com o que não consigo controlar, tenho uma cognição sobre outra cognição que aumenta a ansiedade."

"Foi o professor Adrian Wells da Universidade de Manchester quem desenvolveu essa teoria nos anos 1990", diz Jesús Matos.

Tradicionalmente, os transtornos de ansiedade (fobias, pânico, transtornos obsessivos, etc.) têm sido tratados "com grande sucesso, cerca de 70%-80% com terapia cognitivo-comportamental", explica.

Mas no caso do transtorno de ansiedade generalizada — aquele em que o indivíduo se preocupa excessivamente com problemas comuns e cotidianos, como saúde, dinheiro, trabalho e família, quase diariamente por pelo menos seis meses, conforme definido pela Library National Medicine dos EUA —, "essa eficácia cai até 50% e há um problema de recaídas".

"A terapia metacognitiva aumenta a eficácia para cerca de 80% e consegue isso com poucas sessões, de 8 a 12, de acordo com os estudos", afirma o professor do ISEP.

 

Como a terapia metacognitiva é aplicada

"A terapia metacognitiva mostra ao paciente que a preocupação é controlável e não perigosa, e também que se preocupar em nada adianta", resume Matos.

Ela é "herdeira" da terapia cognitivo-comportamental e ambas podem ser aplicadas em conjunto, explicam os especialistas. Mas, em vez de focar na modificação do conteúdo dos pensamentos (como faz a terapia cognitivo-comportamental), a terapia metacognitiva foca na reestruturação do processo associado aos pensamentos.

E consegue isso, entre outras coisas, com técnicas baseadas em algo chamado Atenção Plena do Desapego (Detached Mindfulness, em inglês).

"Basicamente, consiste em observar o primeiro pensamento que surge e não tentar contrariar esse pensamento", diz.

O paciente tem que aprender técnicas de observação do pensamento.

Uma delas, explica a psicóloga, é adiar a preocupação que vem à mente em um determinado horário do dia por um período máximo de 15 minutos.

"Assim, a pessoa aprende que a preocupação não é perigosa, que é controlável porque pode ser adiada, e quebramos a associação entre o pensamento intrusivo que aparece e a resposta à preocupação. O pensamento intrusivo é automático, mas a resposta é controlável pela gestão da atenção."

"Pensamentos intrusivos são como visitantes", ele brinca: "Você não pode expulsá-los porque é rude, mas não precisa alimentá-los se quiser que eles saiam."

 

Quando procurar ajuda

Mas, então, quando isso deixa de ser um problema comum e passa a ser motivo para se buscar ajuda?

A linha entre preocupação administrável e transtorno de ansiedade é tênue em alguns casos, alertam os especialistas.

A resposta à ansiedade aparece de "forma multidimensional", explica Ramos Cejudo, da Universidade Camilo José Cela.

Primeiro, existem os sintomas cognitivos: isto é, os pensamentos — as preocupações e os pensamentos negativos repetitivos que estão gerando grande desconforto.

Em seguida, aparecem os sintomas fisiológicos, a boca seca, tremores, sudorese, palpitações, etc.

E, finalmente, a resposta comportamental — o que faço quando tenho ansiedade ou medo.

Essa última etapa é fundamental, avisa Ramos Cejudo.

Quando remoer problemas resulta em um "medo tão intenso que interfere no comportamento do sujeito, quando ele evita se expor a situações que geram preocupação e medo de forma frequente, intensa e duradoura, é quando isso se torna um distúrbio psicológico".

Os transtornos de ansiedade são alguns dos "mais prevalentes" quando se trata de saúde mental.

 

Dicas para gerenciar pensamentos e ansiedade

É desejável libertar a cabeça de pensamentos incômodos.

No entanto, o primeiro conselho que os especialistas dão pode parecer contra-intuitivo: não tente suprimi-los.

"Tentar não pensar em algo mantém isso na mente, é como tentar não pensar em um elefante rosa", explica Ramos Cejudo.

E a supressão emocional também não é uma boa ideia. "Expressar nossas ideias geralmente ajuda, alivia, mas algumas pessoas têm tanto medo desses pensamentos que os calam e, portanto, pioram tudo", acrescenta.

O objetivo é mais sutil, explica Jesús Matos. "O segredo não é tentar parar os pensamentos, mas observá-los e deixá-los em paz até que se vão."

Para conseguir "deixar seus pensamentos desencadeadores em paz", a psicóloga especializada Pi Callesen, da Universidade de Manchester, oferece algumas ferramentas em seu livro Viva Mais Pense Menos: Como superar a depressão e a tristeza com a terapia metacognitiva.

Ela busca treinar a mente e fazer você perceber que tem controle dos pensamentos.

 

O exercício de sons

Este exercício ajuda os pacientes de Pi Callesen a "descobrir sua capacidade de se concentrar seletivamente, mudar rapidamente de assunto e dividir sua atenção entre várias coisas", explica ela.

A primeira coisa a fazer é escolher três ou mais sons ambientes (tráfego, canto de pássaros, som de televisão, som de canteiro de obras ou qualquer outro). É útil que alguns dos ruídos escolhidos fiquem próximos e mais altos, e outros mais distantes.

Com a ajuda de um cronômetro (talvez o do seu celular), concentre sua atenção em um desses sons por 10 segundos. E então pule para outro e depois para outro, sucessivamente. Pode-se tentar por dois minutos, e se der certo, tente mais dois minutos, mas dessa vez pulando mais rápido de um som para outro, "por dois ou quatro segundos", descreve a autora.

Você também pode incluir como um dos sons escolhidos a gravação de uma palavra-chave do pensamento que desencadeia ansiedade. Use-o como mais um som.

"O objetivo deste exercício é familiarizar-se com a mudança na atenção e ganhar experiência em gerenciá-la."

 

O exercício da janela

Outro exercício que Pi Callesen usa com seus próprios pacientes é o "exercício da janela".

Isso envolve escrever os pensamentos desencadeadores no vidro da janela com uma caneta que você pode apagar mais tarde.

"Os pensamentos desencadeadores podem ser, por exemplo, 'O que há de errado comigo?' 'Estou preocupado que meus colegas não gostem de mim.' 'Por que me sinto tão triste?'."

"Peço a meus pacientes que se concentrem totalmente em seus pensamentos desencadeadores e percebam o céu azul ou a casa do outro lado da janela, e não foquem no que está escrito."

Depois, o foco é mudado, é preciso olhar através dos pensamentos escritos e se concentrar no que se vê por trás do texto. Seja nas árvores em frente da casa, nos carros na rua ou nos detalhes do prédio em frente.

"O cliente agora percebe como os pensamentos desencadeadores se tornam diferentes. Eles ainda estão lá, não desaparecem, mas ele pode se concentrar em outras coisas e ver além deles. Então ele entende que pode controlar sua atenção", descreve.

Então, o elefante rosa desaparece. Mas se isso não passar e os pensamentos afetarem sua vida na forma de insônia ou sentimento de sofrimento excessivo, não hesite em procurar ajuda. Todos os especialistas concordam com isso.


Fonte:  https://g1.globo.com/bemestar/viva-voce/noticia/2021/07/10/a-tecnica-cognitiva-que-ajuda-a-nao-pensar-demais-nos-problemas.ghtml

 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

O Corpo Fala...


"Engole o choro.
Engole sapo.
Cala a boca.
Cala o peito.
Mas o corpo fala, e como fala.
Fala a ponta dos dedos batendo na mesa.
Falam os pés inquietos na cama.
Fala a dor de cabeça.
Fala a gastrite, o refluxo, a ansiedade.
Fala o nó na garganta, atravessado.
Fala a angústia, fala a ruga na testa.
Fala a insônia, o sono demasiado.
As idas na geladeira de madrugada e peso que dispara.
Você se cala, mas o falatório interno começa (e continua).
As pessoas adoecem porque cultivam e guardam as coisas não digeridas dentro de seus corações.
O normal do ser humano seria dizer e dizendo conseguir dar eco ao que está sentindo.
Mas nem todos se habilitam para esse difícil exercício.
Nem sempre digerimos bem aquelas pequenas coisas, como mensagens mal respondidas, as palavras que machucam, alguma coisa que não saiu como você queria... Você finge que não ouviu, engole e tudo isso vai se acumulando... até que um dia enche e esborra.
Esses pequenos fatos indigestos percorrem a garganta, entram no estômago, invadem o peito, e se deixarmos, calará nossa boca e nossa paz.
O importante é não deixar acumular ou achar que simplesmente vai aliviar com o passar dos dias.
O tempo até tem um papel importante, mas não resolve tudo. Tentar mostrar que as coisas estão sempre bem, requer muita energia e o desgaste emocional é grande.
E não... as coisas nem sempre estão bem.
O Coração não é gaveta.
Não dá pra engolir tudo e dizer amém!
Eu sei.
Também não dá pra sair por aí vomitando as coisas entaladas na sua garganta. Mas dá para se expressar de algum jeito.
Tem hora que o sentimento "grita" pra ser dito, entendido, decodificado, elaborado, traduzido, decifrado.
Tudo que ele quer é ser exorcizado pela palavra ou pela via que lhe caiba melhor. Expressar, tranquiliza a dor.
Dor não é pra sentir pra sempre.
Dor é vírgula.
Então faz uma carta, um poema, um livro.
Cante uma música.
Pega as sapatilhas, sapateia.
Faz uma aquarela.
Faz uma vida.
Faz piada, faz texto, faz quadro, faz encontro com amigos.
Faz corrida no parque.
Fala pro seu psicólogo(a), fala para Deus, para o universo... se pinta de artista.
Converse sozinho, com seu cachorro, solta um grito pro céu, bota a cara do lado de fora, sente o vento... mas não se cale.
Pois “se você engolir tudo que sente, no final você se afoga”."
Anônimo - Autoria Desconhecida.






"Emoções não expressadas nunca vão morrer. Elas são enterradas vivas e voltarão a aparecer, mais tarde, por caminhos piores"
Sigmund Freud



Ao longo da vida, com frequência enfrentamos situações limites, conflitivas, constrangedoras, difíceis, geradoras de intensas angústias. Se, por um excesso, essas angústias não podem ser digeridas, elas transbordam para o corpo, que, então, adoece.

domingo, 3 de março de 2019

Quais são os principais tipos de psicoterapia?




Encontrar a linha psicoterápica que melhor se encaixa à sua situação é fundamental para o sucesso do tratamento

Psicoterapia (do grego psykhē – mente/alma, e therapeuein – curar/tratar) é um tipo de terapia cuja finalidade é tratar os problemas psicológicos, tais como depressão, ansiedade, impulsividade, agressividade, dificuldades de relacionamento, dificuldades no campo acadêmico-profissional, dependência química, entre outros problemas de saúde mental. É um espaço que trata dos aspectos psíquicos singulares do indivíduo. É o trabalho dos afetos, emoções, padrões e pensamentos do indivíduo que o levam a ter consequências negativas ou sofrimento em seu dia a dia.

Psicoterapia – também chamada terapia de conversa ou simplesmente terapia – é um processo focado em ajudar um indivíduo, casais ou grupo de pessoas a resolver questões emocionais. Em alguns países também é conhecida com aconselhamento.  Através da psicoterapia é possível aprender maneiras mais construtivas de lidar com o estresse a que estamos submetidos diariamente e com as particularidades da vida pessoal, profissional ou familiar. Também pode ser um processo de apoio ao passar por um período difícil como o luto, transições de carreira ou um divórcio.

A psicoterapia é um tratamento colaborativo, onde paciente e psicólogo trabalham juntos para resolver as questões desejadas. Uma das principais ferramentas utilizadas na psicoterapia é a fala, pois é através dela que o paciente poderá expressar todos seus pensamentos em consultório. O ambiente da terapia é acolhedor, e a postura do especialista que irá te atender deve ser objetiva, neutra e sem julgamentos.

Com a ajuda do psicólogo, é possível identificar as causas e os padrões comportamentais que possam estar lhe impedindo de ter uma vida mais feliz. A psicoterapia ilustra de maneira clara, os pontos que necessitam de atenção e reparo em nosso cotidiano, para que possamos atingir um estado de satisfação emocional.


Estima-se que exista mais de duzentos tipos de abordagem. Somente a psicanálise possui sete escolas diferentes, sendo Freud, Lacan e Winnicott nomes mais conhecidos. Todas as linhas são capazes de ajudar um indivíduo a trabalhar com seus problemas. Importante ressaltar que a abordagem terapêutica é importante como orientação teórica e base de estudos para o profissional.



Algumas das principais vertentes da psicoterapia:



Psicanálise

Desenvolvida pelo médico neurologista austríaco Sigmund Freud. Uma das primeiras a mergulhar a fundo na psique humana, ela acumulou milhares de seguidores e detratores ao longo da história. Inaugurado por Freud, esse conjunto de teorias tem como premissa a investigação dos processos mentais conscientes e inconscientes. “Nas sessões, é permitido que o paciente fale sem restrições, visando a introspecção e o exame de suas características mais profundas e intensas”, define o psicólogo e professor da USP Rogério Lerner, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Engana-se quem pensa que essa intervenção esteja interessada apenas em remoer o passado para conectar esses episódios antigos com traumas e transtornos. “Isso é um estereótipo. Nós estamos preocupados com o que atrapalha o presente”, desmitifica Lerner. Diferentemente das outras opções terapêuticas, que são mais focadas e objetivas, a proposta está em realizar avaliações holísticas, que não levem em conta apenas um punhado de sintomas, mas o sujeito como um todo. Como trilhou o caminho das ciências sociais e das humanidades, a psicanálise reúne hoje uma menor quantidade de pesquisas científicas quando comparada a suas primas-irmãs e, não raro, é encarada com ceticismo por alguns profissionais de saúde. Para quem é indicada: não há consenso se a psicanálise tem atuação certeira contra esse ou aquele distúrbio. De forma geral, ela está indicada para quem procura aprimorar seu autoconhecimento, esteja numa crise ou não.

Psicoterapia analítica - Jungiana

Desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. Os sonhos são a chave da terapia. É por meio deles que o analista ajuda o paciente a encontrar as respostas para o que o incomoda. Além dos sonhos, desenhos e a caixa de areia, com miniaturas, servem para montar cenários. O analisado não pode falar do que quiser: o terapeuta busca manter a conversa sempre em torno dos problemas que o levaram até ali. Indicada para quem busca autoconhecimento profundo.

Psicanálise Lacaniana

Remete à teoria do psiquiatra francês Jacques Lacan. É das clássicas, com divã e de longa duração. Sem pauta prévia. O analista pesca, durante as conversas, as piadas e os atos falhos, além de usar da interpretação dos sonhos para acessar o inconsciente. É lá que está a compreensão dos problemas. Funciona bem com quem quer acessar suas camadas mais profundas em busca de autoconhecimento. Não é indicada para quem vive em situações de urgência. A duração é  variada, mas tende a ser demorada. Costuma durar vários anos. O tempo de cada sessão também varia, pode levar de 15 minutos a duas horas.

Cognitivo-comportamental

Amparada nas evidências científicas mais robustas, essa linha terapêutica leva em consideração a influência dos pensamentos em relação aos comportamentos. “Por meio dessa análise construída num esforço conjunto, nós conseguimos modificar o raciocínio do indivíduo sobre algumas questões, o que leva a mudanças na forma como ele interage com o mundo e com os outros”, explica o psicólogo Wilson Vieira Melo, presidente eleito da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas. Vamos tomar como exemplo um sujeito com ansiedade generalizada, que convive com uma sensação constante de que algo vai dar errado a qualquer minuto e tudo vai fugir de seu controle. Aos poucos, as sessões evidenciam que tal sentimento não faz sentido algum e que essa preocupação excessiva não traz um ganho sequer, muito pelo contrário. Essa transformação no modo de encarar as coisas, por si só, já vai trazer um alívio considerável da chateação.Outra característica marcante desse tratamento criado na década de 1960 é a sua objetividade. “Ele tem um foco, e todos os esforços são concentrados para solucionar aquele ponto, inclusive com o estabelecimento de metas e prazos”, diz o médico Antônio Geraldo da Silva, diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).


Humanismo

O principal expoente da terapia humanista é o psicólogo Carl Rogers. É difícil dizer em poucas palavras como funciona a sua terapia centrada na pessoa. Mas penso que o seu conceito de aceitação incondicional nos ajuda a entender os seus princípios e o modo como ele conduzia a psicoterapia, individualmente ou em grupo. Para Rogers, só podemos mudar quando nos aceitamos. Como ele dizia: “O paradoxo curioso é que quando eu me aceito como eu sou, então eu mudo“. O exemplo clássico para a aceitação ser fundamental para a mudança é o problema do álcool e drogas. Enquanto uma pessoa usa uma determinada substância, ela geralmente acredita que não é viciada e que tem um controle sobre o uso. Pode até brincar sobre o seu abuso, porém não aceita de verdade que tem um problema. É só quando aceita que tem um problema que ela consegue mudar. Evidentemente, a terapia centrada na pessoa não está ligada apenas a este tipo de mudança. A aceitação incondicional por parte do terapeuta vai propiciar ao paciente a compreensão de si mesmo. Também conseguimos compreender a utilidade e eficácia da terapia humanista quando percebemos que a autocrítica é terrível para a saúde mental. A aceitação por parte do terapeuta e até o carinho que ele demonstra por seu paciente (chamado preferencialmente de cliente no humanismo) faz com que ele também passe a se autoaceitar como é. E a aceitação gera mudança, e junto gera mais autoconfiança. As sessões na terapia humanista não são estruturadas. O humanismo é classificado como a terceira força na psicologia e procurou estudar menos as doenças mentais e mais os estados ótimos do ser humano, como os estados de realização pessoal e espiritual.

Transpessoal

Podemos situar a psicologia transpessoal como uma derivação das psicologias humanistas e existenciais, ou seja, Rogers e Maslow, entre outros. Com os estudos dos estados ótimos do ser humano, a psicologia transpessoal começou a notar que era fundamental atentar para as concepções de personalidade e eu. Em geral, pensamos que a nossa personalidade total é o que vemos, ouvimos, cheiramos, tocamos, pensamos, sentimos, ou seja, tudo o que está relacionado com o eu, com o ego. Para a psicologia transpessoal, entretanto, o eu é apenas uma parte da personalidade total. E uma parte que pode causar problemas. Nós temos uma consciência que se atenta para os estímulos internos e externos. Quando vemos uma flor, nós vemos uma flor. Posso dizer: “estou consciente de que existe uma flor na minha frente”. Mas quando eu tenho um pensamento, eu confundo, e penso que eu sou o meu pensamento. Digo: “eu estou pensando nisso, e por estar pensando nisso, sou assim, gosto disso, gosto daquilo”. De forma que confundimos. Assim como a flor não é quem somos, o eu (o que se pensa internamente) também não é a nossa essência ou a nossa personalidade integral. Tudo isso pode parecer uma conversa filosófica maluca, porém, quando se trata do sofrimento é muito importante. Se alguém diz que eu sou burro, novamente, se eu confundo o pensamento com o eu, posso ficar muito magoado. Agora, se eu entendo que o eu, o ego, é apenas uma parte de mim e que a minha essência é maior do que o eu, do que o ego, eu posso ficar mais livre e sofrer menos.No fundo, é como se passássemos metade da vida ou mais tentando defender um ego, que nem seria tão importante quando imaginamos, perto de quem somos de verdade. Esta é a visão da psicologia transpessoal, a psicologia além da pessoa (do ego). A terapia transpessoal será extremamente variada. De acordo com cada terapeuta terá um certo tipo de prática.


Interpessoal

Também conhecida por “terapia de alto contato”, foi criada em 1969 por uma equipe de psicólogos capitaneada por Gerald Klerman e Myrna Weissman, da Universidade Yale, nos Estados Unidos. As sessões têm um prazo curto e costumam durar, no máximo, de 12 a 16 semanas, período em que um único problema é observado e tratado. Baseada na ideia de que as conexões com os outros e as circunstâncias da vida impactam diretamente o humor, e vice-versa, ela mescla conceitos da terapia cognitivo-comportamental com algumas pitadas dos métodos psicanalíticos. Como existem muitas pesquisas sobre essa intervenção, ela é uma das únicas que fazem parte do currículo obrigatório de ensino e treinamento nas residências de psiquiatria das faculdades de medicina americanas. O ponto central aqui está na forma de interagir da pessoa com o mundo ao seu redor. “Nós chamamos a atenção para alguns padrões de relacionamento que o paciente estabelece no dia a dia e nem percebe”, resume Rodrigo Grassi-Oliveira.Ela foi originalmente desenhada para o combate à depressão de adultos, mas aos poucos acabou adaptada para outros transtornos e faixas etárias, com destaque para situações que atormentam adolescentes e idosos.


Gestalt-terapia

Para os gestaltistas, os pacientes devem ser analisados em relação ao meio em que vivem, amigos, família e trabalho, e suas atitudes nesse meio. O terapeuta ouve o cliente, mas presta atenção em gestos, postura, tom de voz e expressões faciais. A terapia é focada no presente. Sabe a sensação de estar estagnado, entediado? A gestalt-terapia acredita que isso é causado por uma relação pouco saudável com o ambiente que nos cerca.
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Psicodrama

Geralmente em grupo, a terapia faz com que você encene seus problemas. O grupo discute e avalia como cada um se sentiu no processo. A ideia é que externando as emoções, seja mais fácil enxergá-las. Até pessoas tímidas podem se beneficiar do psicodrama. Não é obrigatório encenar. Você pode participar apenas como observador.

Comportamental

Se a terapia cognitivo-comportamental leva muito em conta o raciocínio e o processamento mental, essa linha está vinculada totalmente às questões do comportamento — como, aliás, seu próprio nome revela. O objetivo aqui é desvendar a razão de certas condutas e como o ambiente interfere nessas experiências. Desenvolvido ao longo do século 20 por pesquisadores dos Estados Unidos, da Inglaterra e da África do Sul, o tratamento é prático e tenta eliminar determinados hábitos negativos, ao mesmo tempo que reforça aqueles que são desejáveis. Por meio de estratégias de aprendizado, a proposta é transformar a forma de reagir do paciente diante de determinadas situações. Para quem tem TOC, por exemplo, é extremamente complicado abandonar velhos rituais, como lavar as mãos compulsivamente ou apertar o interruptor de luz diversas vezes antes de sair de casa. O sujeito está acostumado a fazer essas ações e imagina que acontecerá um desastre se desistir delas. Ao mesmo tempo, essa repetição toda abala sua vida e causa uma enorme ansiedade. O terapeuta atua para desmontar todos esses conceitos paulatinamente, sugerindo mudanças no dia a dia e conversando sobre eles. Há provas de que a terapia comportamental auxilia no TOC e no transtorno do espectro autista. Algumas pesquisas menores indicam que ela pode tratar fobias específicas, transtornos alimentares, dependência química e estresse pós-traumático.

Hipnoterapia – Hipnose clinica

A psicoterapia por hipnose é capaz de introduzir ideias construtivas no subconsciente. Se feita de maneira correta, ela pode auxiliar na alteração de padrões de comportamento, pensamento, e sentimento.

Psicoterapia Regressiva

A psicoterapia regressiva utiliza a hipnose para acessar memórias do passado que estejam causando mal no presente. Essas lembranças desencadeiam sintomas prejudiciais ao bem estar, e o papel desse procedimento é fazer com que o paciente analise, compreenda e supere acontecimentos não resolvidos do passado.

Psicoterapia corporal

Idealizada por Wilhelm Reich, a psicoterapia corporal leva em consideração corpo e mente. Nessa vertente, considera-se que os distúrbios psíquicos e emocionais causam tensões musculares crônicas. Além da fala como ferramenta para a terapia, especialistas dessa área também trabalham a respiração do paciente, envolvendo processos de toque, massagem, expressão sonora, técnicas posturais e alongamentos em consultório, a fim de atingir o equilíbrio emocional e físico de quem passa por este procedimento.

Psicoterapia Breve

A psicoterapia breve é um tratamento a curto prazo, com tempo e objetivos definidos. Normalmente, é indicada para quem esteja passando por alguma crise emocional aguda, que necessite de melhora imediata. Na psicanálise, a postura do especialista costuma ser neutra e passiva. Já na psicoterapia breve, o terapeuta se expressa de maneira ativa, e intervém nas falas do paciente constantemente, visando um tratamento mais intensivo que traga melhorias em um período pré-determinado.

Ludoterapia

É a adaptação de muitas das abordagens, como a psicanálise e a terapia cognitivo-comportamental, para o universo infantil. Leva em conta a ideia de que o ato de brincar é a forma como a criança transmite seus sentimentos automaticamente e alivia a tensão, a agressividade e o medo. Serve tanto para o diagnóstico das doenças quanto para o tratamento. É possível utilizar brinquedos físicos e inventar histórias fictícias com um propósito. Estas sessões geralmente utilizam técnicas e materiais propícios para possibilitar o contato e troca, como jogos, brinquedos, dinâmicas lúdicas, contação de histórias, dramatizações e atividades com o fim de acessar e elaborar o mundo simbólico infanto-juvenil.

Psicoterapia em grupo – Grupos Terapêuticos – Grupos Operativos

Na psicoterapia em grupo, se formam rodas de conversas, onde as pessoas podem trocar experiências, identificando-se com as questões alheias. O psicólogo atua como mediador dessa conversa, e os participantes da terapia motivam-se entre si para enfrentar seus problemas.



Outras vertentes de Terapia:

Arteterapia - Lápis, pincel, tinta, tela e demais recursos são ferramentas para externar as emoções sem precisar necessariamente da fala. A expressão audiovisual vira um meio para acessar o inconsciente e interpretar os sentimentos, que muitas vezes não aparecem de outras formas convencionais. É curioso notar como alguns dos pintores mais talentosos da história, como o holandês Vincent van Gogh (1853 -1890), tinham transtornos mentais e faziam da arte uma forma de lidar com suas questões internas, elaborando-as.

EMDR - A terapia faz o paciente simular o movimento dos olhos durante o sono REM. A ideia é que, quando isso acontece, o cérebro consegue reconstruir o caminho das memórias negativas de eventos traumáticos, que são processados e elaborados.
Para quem é indicada: Vítimas de acidentes, violência sexual e outros traumas. Pessoas com problemas crônicos, como fobias, depressão e até obesidade, também podem se beneficiar do método.

Dramaterapia - Vale-se do processo teatral ao interpretar determinadas passagens que refletem algo de relevante na vida do paciente ou no seu processo de autoconhecimento. Ao assumir outra personalidade temporariamente, o sujeito se vê distante de si e consegue analisar seu contexto sob outro olhar.Ela pode ser realizada individualmente, mas é comum (e desejável) que seja praticada ao menos em dupla ou com um grupo de apoio para facilitar a dramatização.

Mindfulness Psychology - E por fim, não poderia deixar de mencionar a Mindfulness Psychology, a Psicologia da Atenção Plena. Em 1979, Jon Kabat-Zinn publicou um livro que foi revolucionário na psicologia e na medicina chamado Full Catastrophe Living. Basicamente, o que Kabat Zinn fez foi pegar técnicas da meditação budista e utilizar em pacientes internados em hospitais com dor crônica e doenças graves. Ele retirou toda a conotação religiosa e pegou apenas as técnicas. Seria como utilizar a meditação como uma ferramenta.Na Mindfulness Psychology, então, são utilizadas várias técnicas meditativas: meditação sentada (com foco na respiração), meditação andando, meditação de escaneamento corporal, técnica da uva passa, entre outras.O que ficou comprovado em centenas de pesquisas científicas publicadas em renomados jornais acadêmicos é que as práticas, se forem realizadas constantemente, auxiliam na redução do stress, da dor, da ansiedade e ajudam em casos de depressão e outros transtornos – quando o paciente já está estabilizado.Ou seja, as técnicas são úteis para melhorar concentração, atenção mas também podem ser utilizadas concomitantemente com farmacologia ou outros tipos de psicoterapia. As sessões podem ser individuais, mas geralmente são realizadas em grupos que se encontram por períodos de 8 a 12 semanas.

Constelação familiar - Tornou-se mais conhecida quando foi incluída no grupo de terapias alternativas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger recorre a um intrincado sistema de símbolos e representações teatrais para analisar a dinâmica entre os diversos membros de um grupo ou de uma família, de modo a discutir e, se possível, melhorar os vínculos, relacionamentos e comunicação entre eles. A constelação familiar se baseia no uso de representantes neutros para representar membros da família ou grupo social do cliente e trabalhar um tema específico trazido por este último. Na terapia familiar sistêmica, trata-se de averiguar se, no sistema familiar ampliado existe alguém que esteja emaranhado nos destinos, escolhas, crenças, de membros anteriores desta família. Isto pode ser trazido à luz por meio do trabalho com as Constelações Familiares. Trazendo-se a luz os emaranhamentos, a pessoa consegue se libertar mais facilmente deles – ela passa a ter consciência do que age no seu sistema e a ter a opção da escolha sobre seu próprio destino. Segundo site do ministério da saúde, a definição terapêutica da Constelação Familiar – técnica de representação espacial das relações familiares que permite identificar bloqueios emocionais de gerações ou membros da família.


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