quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Habilidades Socioemocionais

 "Atualmente está em voga nas instituições de ensino o debate sobre a importância do desenvolvimento das habilidades socioemocionais, assim como a adequada expressão e externalização emocional em crianças e adolescentes. 

Dentre os benefícios das competências socioemocionais, podemos destacar a promoção da saúde mental e a melhor adaptação ao meio sociocultural.  

É muito importante o reconhecimento e diferenciação da dor, sofrimento, emoções e sentimentos para o melhor desenvolvimento de estratégias para lidar com situações tanto cotidianas como àquelas mais difíceis e delicadas. 

Na psicologia transpessoal, falamos, por exemplo, de quatro emoções básicas: Raiva, Medo, Tristeza e Alegria. 

Destas, duas são ativas: Raiva e Alegria. Duas são passivas: Medo e Tristeza. 

Todos nós as temos, manifestamos e somos afetados por estas emoções. Em algum momento, estas se farão presentes em nossa vida, em maior ou menor intensidade. 

Por vezes, a intensidade e forma de expressão são consideradas inadequadas e até mesmo perigosas. 

Certas emoções nos afetam e tomam o nosso corpo, nos fazendo agir impulsiva ou inconsequentemente. 

Não raro, não conseguimos descrever o ocorrido, vivenciando um misto de culpa, descontentamento e sensação de estarmos perdidos (as). 

Mal entendidos, desentendimentos e conflitos surgem disto. 

Ou situações mais graves, onde o descontrole emocional pode causar consequências sérias pessoais e envolver pessoas próximas. 

Quando somos estimulados a pensar no que aconteceu, como aconteceu e quais os efeitos disto a curto e longo prazo começamos a perceber, reconhecer e administrar melhor estas manifestações em nós mesmos e em nosso entorno. 

Observação, nomeação, externalização e percepção interna são muito estimuladas no trabalho psicoterapêutico. 

Sabemos que se nosso (a) cliente consegue se autoperceber, falar sobre, refletir e externalizar suas emoções e sentimentos começa a ter maior percepção corporal, consequência, consciência e auto responsabilização. 

É uma forma de lidar melhor com os limites que o dia a dia nos impõe, com as frustrações advindas do meio externo, dos relacionamentos e vínculos que mantemos e da dor trazida por algumas situações para as quais ainda somos incapazes e imaturos. 

Saber perceber as emoções, conhecer seus caminhos em nosso corpo e ser, nomeá-las e vivenciá-las conscientemente nos traz inteligência emocional e maturidade interpessoal. 

É um percurso colorido, por vezes dolorido, de autoconhecimento e autodesenvolvimento – para melhor lidar comigo e com o todo que me envolve, complementa, sustenta e intercambia."


Coluna escrita por René Schubert ao Jornal Zen, Ano 15, N°174, Campinas/SP, Agosto 2019

Indicação de filme para aprofundar esta temática: Divertida Mente (2015) animação com direção e roteiro de Pete Docter - Pixar e Disney



Podcast sobre a temática para Radio Sistêmica - https://open.spotify.com/episode/5N2Offpxw9O1LdGUsVaDVQ